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sábado, 23 de janeiro de 2010

O menino que roubava...

"Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser 


flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa 
quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados."

É agora ou nunca, não sei o que fazer, essa tarde pode ser minha ultima chance. Mas tenho medo, da ultima vez que tentei, não sai do "oi" e enquanto - surpresa - ela respondia, eu fugi.

"...Pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar 


ou viver isso."
Ela lê tão bem... A professora sempre a escolhe. É tão linda, inteligente e não sabe que eu existo. Ainda que às vezes eu tenha a impressão de que ela olha pra mim, me encara...Agora mesmo, parecia que ela estava falando pra mim - impossível.depois a ficha cai e eu lembro de todas as vezes que ela passou perto de mim, era como se eu fosse invisível. Será que eu sou tão estranho? feio?
"Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores."
É incrível! Mesmo com o barulho da chuva lá fora, a voz dela permanece doce, lenta e penetrante. até a professora se emociona. Acho que nunca daria certo...esse relacionamento. Eal sempre foi o destaque da turma, desde dia que ela pisou aqui na escola,há três anos,na quinta série, quando eu era só um monte de massa ocupando espaço na classe.

"E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!


Shakespeare"


Quando ela acaba, caminha na minha direção - e pra mim é mais um daqueles momentos que eu penso ser louco, ela parece sorrir...Pra mim - pega a mochila e sai. Eu sem pensar duas vezes corro atrás dela, que foi embora naquela chuva forte. Lembrando das ultimas palavras daquele texto "E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais." E de um jeito mágico, consigo correr mais rápido que a bicicleta que ela guiava.
Eu quase a derrubei quando puxei a garupa - ou talvez ela pensou que fosse um assalto - mas segurei ela e na praça sob a chuva de dezembro nos beijamos...A água não permitiu que ela visse meu rosto, ficou parada aturdida. E com a mesma rapidez que eu cheguei, fui embora sem dizer adeus!

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